Baixio das Bestas

Fomos fumar um cigarro sob a marquise esperando a sessão começar. Na noite de chuva, embaixo da marquise estava quase tão lotado quanto o pequeno hall de entrada do ABC. A maioria, como é sempre o caso em filme brasileiro no Festival de Cinema Latino-Americano, eram excitados conterrâneos. De repente, um mais excitado que os outros grita impropérios do meio da multidão. Eu pensei, ai um bêbado enfurecido. Mas não, era o diretor. Quem o conhece, ao menos de fama, sabe do que estou falando.

Entramos e sentamos lah na frente. Veio uma mulher pra apresentar o filme, segundo longa do diretor que recebeu prêmio em Toulouse pelo primeiro, bla, bla, bla. Depois o diretor resolveu falar, em português e a mulher ia traduzindo. Eu fiquei olhando pra ponta dos pés de vergonha. Quem o conhece, ao menos de fama, sabe do que estou falando. O Julien comentou que ele achava que não estava entendendo nada e quando a mulher traduzia ele percebia que estava entendendo tudo, o cara é que não falava nada com nada. é. O Julien também comentou que o cara estava muito doido.

"... e boa projeção!" Ufa! Quando o escuro do cinema é mais que um prazer, um alivio. O filme começou.

E o filme é do caralho. Muito duro, escroto, e muito bom. A fotografia é magnifica, os atores estão bem, e é tão tão Brasil que dah medo e deprime. Você olha aquele horror e se diz o pior é que é verdade.

E mais eu não conto. Quem irah, verah.