mardi 29 août 2006

Mostar Experience





Mostar é uma doida experiência. Deu dor no peito. Milhões de prédios crivados de bala ou simplesmente em ruinas pos-bomabardeio. E depois o centro antigo, todo reconstruido, lindo, charmosissimo, super Império Otomano nas inumeras mesquitas, janelas de ogivas, café turco e lojas de balangandãs. Mas o charme não epanta a dor. A memoria da guerra passeia nas ruas ao lado dos turistas. Vimos uma exposição de fotos que mostrava o centro em 1992 e 1993. Tudo no chão. Inclusive a ponte velha, que dà nome à cidade e que liga a parte croata à mulçumana. Mostar foi uma das historias mais sangrentas do conflito. Imagina uma cidade de 100 mil habitantes onde coabitavam croatas, sérbios e mulçumanos. E de repente eles começaram a se matar. Entre vizinhos. Quem morria e quem matava se conhecia. E quem sobreviveu também. é um mistério como eles conseguem viver por là.

E agora acabou. Faltou falar do caminho até Banja Luka e os inumeros rios e montanhas. Faltou falar da Slovênia e de Ljubjiana, que é linda e parece a Austria. Mas chega. Até a proxima aventura.

lundi 28 août 2006

Bosnia I Heczergovna


  • Primeiras Impressões. Em todas as fronteiras passamos quase 60 segundos. O tempo de dar os passaportes, o cara olhar as fotos e devolvê-los. Na fronteira com a Bosnia, passamos uns trinta minutos. O cara olhou e olhou os passaportes. Depois pediu os documentos do carro. Depois entrou com tudo na casinha e ficou la horas. Enquanto isso nos perguntavamos se ele ia nos manter como reféns, se ia nos obrigar a dormir ali, se ia nos jogar no calabouço. Ele voltou, disse ok, welcome, bye e nos entramos num mundo de montanhas e curvas e nenhum sinal de civilização. Até a primeira de muitas placas com uma caveira pedindo cuidado com campo minado.
  • é assim, são duas regiões. No norte a Bosnia, no sul a Heczergovna. Junta as duas bandas e desenha uma mão em cima. Dentro da mão é a Republica da Bosnia I Heczergovna, catolicos croatas e mulsumanos. Fora da mão é a Rebublica Serbia da Bosnia I Heczergovna, cristãos ortodoxos sérbios e alfabeto sirilico. Tudo isso num micro pais. O lider politico é um inglês indicado por instituições internacionais, a moeda é o deutch mark e o desemprego é de até 60% nas principais cidades.
  • Chegamos à Trebinje (fora da mão) às 8 da noite. Encontramos um hotel e o preço era 60 euros por casal. Não, muito caro. O cara nos mostrou um quarto pra quatro, 70 euros. Não. Ele baixou pra 50. Não. Saimos de la com a noite baixando. O plano era sair da cidade e encotrar outro pico pra dormir. Com a caminhada, começou a bater a preocupação. Nesse pais de rarissimas cidades, onde a gente ia encontrar uma cama? Acampar por ai, hors de question com todas as placas de caveira. E ai os caras do hotel apareceram numa vespa, diminuindo o preço pra 30 euros pros 4. Foi ai que a gente parou a ter medo da Bosnia e começou a achar tudo otimo. Encontramos um restaurante fofo e delicioso e baratérrimo onde dono nos convidou pra tomar uma rakjia (aguardente de la) como digestivo. Perambulamos pelas ruas cheias de gente e de bares e tomamos a cerveja mais barata do mundo num terraço em frente do rio.
  • Depois que você se acostuma com a quantidade de bares e a animação noturna de Trebinje, nota que todo mundo (quase) sentado nos bares é homem e todo mundo (quase) andando nas ruas é mulher. Eu so vi um casal ou grupo misto e eles tinham uns 50 anos. De 30 pra baixo é cada sexo no seu canto.
  • Os homens de BIH tem todos 1m90, moreno de barba cerrada e ombros largos, às vezes olhos claros. Uma coisa meio italiano alto e sem viadagem.

mercredi 23 août 2006

Telascica e o perrengue


O maior perrengue do mundo foi, como normalmente é o caso, o resultado de uma sucessão de decisões erradas. O inabitual foi que acabamos fechando o dia com chave de ouro. A partir de um momento, o angulo dos planetas mudou e tudo começou a dar certo e pudemos curtir a plenos pulmões as delicias da ilha de Dugi Otok.
Primeiro a gente decidiu partir pra ilha sem o carro, porque era meio caro e a gente ia visitar um parque natural e em parque natural não se vai de carro. Chegamos de barco à Brjinj com a intenção de pegar um ônibus até Sali, vilazinha ao lado do parque de Telascica. Primeiro erro: no hay bus até Sali. Metemos o dedão pra fora e conseguimmos uma carona com um Salinense que voltava pra casa e que nos disse que que a vida na época do comunismo não era muito diferente da vida agora (???).
Sali é um charme so, delicia total. Ficamos logo loucos de vontade de passar a noite na ilha. Antes de Telascica, portanto, fomos procurar um apartamento pra alugar. Erro 2. Gastamos quase duas horas e meia nessa brincadeira, indo de porta em porta e vai ver no fulano la em cima, vai ver na ciclana la embaixo e etceteras. Não tinha nada vago. (info à posteriori: o povo reserva lugar pra ficar em Sali com a séculos de antecedência e no minimo por uma semana).
Deparados com o insucesso da busca pelo teto sagrado, começamos a andar em direção ao Parque. Bom, a "trilha" era a estrada sob o sol fustigante. A caminhada, de uns desagradaveis 45 minutos e dentro do parque seriam mais quilometros e quilômetros. Mas a gente estava exausto e em unissono, daqui não saio. Porque, além de tudo, ali o mar fazia uma lagoa e a gente queria era boiar. E depois tinha que andar tudo de volta e arranjar um jeito pra chegar não sei onde pra pegar o barco de volta e tudo isso em 4 horas.
Foi ai que vimos um barco pra alugar e os planetas se mexeram. Alugamos o barco e saimos navegando por ai, chegamos ao lago salgado separado do mar por falésias, passamos por ilhas, por outros barcos e fomos os mais felizes do mundo. Telascica é, na verdade, um dos lugares mais lindos que ja vi. Na foto, os mares por nos navegados.
E o cara que nos alugou o barco ainda nos levou de carro até o porto. E no porto estava rolando uma festa de rua. E nos jantamos costeleta de porco feita na hora na churrasqueira montada na rua e um prato de lentilha saido de um caldeirão.
E pegamos o barco e achamos um apartamento pra dormir no continente e dormimos o sono dos justos.

mardi 22 août 2006

Split



Não, eu não expliquei direito. A cidade começou com o palacio, no século II. SECULO DOIS. The romans. Varias partes ainda estão por la, a muralha da cidade por exemplo, onde seculos depois nêgo abriu umas janelas, construi uns prédios aproveitando o muro como façada. O forum, hoje sem teto, é a praça principal (foto). Ao lado umas Sphinx de mais de 3 mil anos, trazida do Egito pelo emperador. Atras de colunas romanas, uma casa do século XII, mais embaixo uma praça Napoleônica. Um tijolo do século XVI na frente de uma pedra do V, a cidade é assim, um labirinto de ruas estreitas e épocas diversas, que se sobrepôe, que se completam, se continuam e se confundem. Eles parecem não destruir nada, nunca. Um resquicio de muro de dois mil anos emenda com um mais recente, que leva a uma escada e uma passagem pelas catacumbas do palacio, pra cair em outra praça e outra ruela . São ruelas e ruelas de pedra no chão e nas paredes, às vezes flores que caem do céu e muito e muitos bares de almofadas coloridas. Tem muito turista, claro, mas também muita gente local, tomando uma cerveja com o vizinho. Não é um museu, é uma cidade de verdade. Mas delirante, que não parece com nenhuma outra cidade, nenhum outro lugar de que eu tenha noticia.

Bizarrices Croatas

  • Um mistério são os preços. Cerveja na garrafa custa 12 kunas, choppe, 7 kunas. Em qualquer lugar. Na principal praça de Zadar, no bairro estudante, no unico bar do parque natural, no cafe no porto de Sali, na ilha de Ugi Otoki.

  • Volta e meia no canto da estrada ou perto da praia surde um espécie de grande churrasqueira de aluminio. Dentro, rola um porco inteiro na brocha. Uma vesão hard core de televisão pra cachorro. Suponho que era pra vender (pedaços, claro). Infelizmente, a churrasqueira passava nas horas erradas e nunca tivemos a oportunidade. Mas uma que ficou pra proxima.

lundi 21 août 2006


Aventuras Croatas



  • Abrimos com chave de perrengue. Cruzamos a fronteira Slovênia às 3 da manhã, depois de horas, de engarrafamentos, caminhões gigantescos, sol demais e sol de menos. Montamos as barracas nas montanhas e desmaiamos. Três horas depois, a maior tempestade do mundo nos empurra de volta por carro. Os quatro aboletados no carro esperando estiar. Entramos na Croacia exaustos pra nos deparar com a area industrial, os milhões de turistas feios e um tempo merda. Mas a medida que a estrada ia passando, o tempo ia melhorando, as industrias acabaram, os turistas rarearam. Paramos num canto pra admirar a vista. La embaixo, uma pontinha de mar em forma de praia, essa ai da foto. O paraiso. Descemos pro primeiro banho, dormimos por la, num apartamento delicioso. Jantamos como reis, peixe azul pescado no dia, preparado e oferecido pelo logeur.
  • São quilômetros e quilômetros de Rio-Santos. Não tem nem dois metros de costa reta. é o mar que entra, faz volta, saco, saquinho, sai, entra de novo, se enrosca. E seco. Mais seco no norte que no sul. Não é exatamente falta d'agua. é o vento que varre a possibilidade de vida. às vezes acho que estou em Marseille, às vezes é o sertão, às vezes é a Lua. E o mar, e o mar, e o mar azul-verde-turquesa.
  • A lingua é uma loucura. Não da pra reconhecer nehuma palavra, nunca. Eles adoram consoantes. Passamos por Trst e Brbinj, Croacia em Croata é Hrvastska, obrigado é hvala e praça é tgr. Eles adoram acento circunflexo, mas de cabeça pra baixo e em cima do s, do c e do z.
  • O cheiro é de peixe fresco frito.
  • Tem velha pra caralho. Alias, tem mulher pra caralho.

à suivre