mercredi 13 septembre 2006

Nostalgia no olho do outro é pimenta


O primeiro carro do meu irmão, aos 18 anos carteira recém tirada foi um Karmann Ghia 1969, cinza, lindo e inteiro mas sempre 1969. Ele escreveu hoje um email à respeito:

"Realmente, que saudade. Saudade de cabos (de freio, embreagem e acelerador) arrebentados; dínamo que não recarregava a bateria, me forçando a estacionar sempre numa ladeira para sair de segunda, evitar andar na chuva, pois o farol e limpador de para-brisa iam `a meia-bomba, até desligarem, além do carro fazer água por um furo no chão; motor que pedia um litro de óleo por litro de gasolina; correia dentada que arrebentava, destruindo tudo em baixo do capô; carburador que entupia e fazia o carro morrer (e depois não pegava, pois não tinha bateria); farol “sealed beam” que alternava entre lado direito e esquerdo funcionando; banco do carona que não prendia no lugar, indo pra frente e pra tráz cada vez que eu freiava/acelerava (causando excelente impressão nas acompanhantes); freio que ia gastando a cada uso, até ficar totalmente sem freio, me fazendo desenvolver técnicas de redução de marcha associadas a freio de mão para não cometer nenhum genocídio; câmbio de marcha que saía na minha mão quando eu tentava alguma redução mais ousada; freio de mão que após algum tempo não prendia mais em cima; motor traseiro, o que proporcionava frequentes saídas de bunda e subsequentes interessantes aventuras para um motorista iniciante; além de ser alvo predileto de PMs doidos pra engrandecer suas rendas, e prova cabal de que se eu comesse alguém, seria por amor, pois pelo carro podia ter certeza que nao era (segundo meu tio Marcelo, pelo menos)."

Meu pai lebrou que o Karman subia a serra com seis judokas dentro.

"Realmente, o papai tem razão. A traseira do Karmann tem espaço para uma pessoa sentar toda torta. Como fui um dos primeiros judokas da "gang" a ter um carro, amontoavam-se 3 atráz (sem sacanagem) e dois no banco do carona. Parecia que o carro estava pegando fogo, tanta era a fumaça de óleo queimado, principalmente quando subíamos ladeiras.
Eu também tinha mania de querer definir a velocidade maxima do carrinho. Normalmente chegava a cento e quarenta e poucos (com o carro vazio). E tome-lhe óleo queimado. Até que o grande Carlinhos mecanico (que Deus o tenha) me explicou que aquilo não era legal, pois seria o mesmo que uma pessoa velhinha sair correndo - ia acabar enfartando."

11 commentaires:

Anonyme a dit…

Helena, foto otima, hahahah! Simplesmente a cor original do meu carrinho!
Obrigado pela homenagem. Se eu soubesse que o meu texto seria "publicado", teria incrementado um pouco mais...
Beijos!

Anonyme a dit…

ah, e o mecânico dizendo que o carrinho era uma velhinha, foi muito fofo e sensível.
boa homenagem queridos, a carta e o post.

Anonyme a dit…

Ótima idéia ter publicado essa jóia de descrição. Assim fica registrado ....

bjs

Anonyme a dit…

OI adorei, fiquei aqui viajando e tentado imaginas as cenas ... beijos, saudades
Reca

Anonyme a dit…

ih, menina, tá na hora de atualizar...

Anonyme a dit…

Cadê tú? todo dia venho procurar novidade e só dá nostalgia...
bjs

Anonyme a dit…

Helena,

o que vem a ser uma econometrista? Tenho certeza que a definição em francês deve ser super glamourosa! :) Mandei um e-mail hj p/ vc! Vê lá! beijos

Anonyme a dit…

hey, classe média, só não me diga que a proposta de governo do G. A. é a que mais está de acordo com o seu pensamento político(sic de R.)
...

Anonyme a dit…

Ei!! Já deu tempo de pensar, né? Agora escreve, porra!
Bjs!

Anonyme a dit…

relôou! anybody home?

Anonyme a dit…

Ok, amiguinha. Tá na hora de atualizar o bloguinho, né? ;) To querendo historinhas, vai... beijos